O que aconteceu e por que a polêmica se ampliou
Durante a visita da delegação do Flamengo ao Estádio Libertadores, torcedores do Estudiantes criaram um ambiente de hostilidade que ultrapassou a rivalidade esportiva. Testemunhas relataram a presença de fogos de artifício, gritos de instigação e até objetos lançados rumo a jornalistas e jogadores que desembarcavam na cidade.
A reação imediata do clube carioca foi a emissão de uma nota oficial, na qual a diretoria denunciou o que definiu como comportamento “inaceitável” e “contrário ao espírito de fair play da competição”. O documento também solicitou à Conmebol uma investigação sobre possíveis sanções aos responsáveis.
Para piorar, na mesma noite o técnico do Estudiantes, ainda em entrevista coletiva após a partida contra o Defensa y Justicia, acusou os jogadores do Flamengo de serem "mentirosos" e de "inventar conversas" para justificar a derrota. As declarações, carregadas de ironia, incendiaram ainda mais os ânimos dos fãs e da imprensa.
Um histórico de atritos que já inclui árbitros e VAR
O confronto entre as duas equipes já vinha marcado por episódios controversos. Na última partida, o atacante Gonzalo Plata foi expulso depois de uma falta que, segundo o áudio disponibilizado posteriormente pelo VAR, continha falhas claras de interpretação. O vídeo viralizou nas redes, alimentando discussões sobre a qualidade das decisões arbitrárias na Libertadores.
Além das questões técnicas, há um pano de fundo de rivalidade que se manifesta em diversas frentes: confrontos diretos, acusações de provocações e reclamações sobre segurança nos estádios. Em jogos anteriores, torcedores de ambos os lados já foram multados ou proibidos de entrar em campos devido a incidentes semelhantes.
Os dirigentes do Flamengo reiteraram que a atitude dos torcedores do Estudiantes e as falas do técnico não podem ser toleradas. Na declaração, o presidente do clube pediu que a Conmebol aplicasse medidas disciplinares que incluam advertências, multas e, se necessário, alterações na localização de futuros jogos.
Representantes do Estudiantes, por sua vez, alegaram que as ações de alguns torcedores não refletem a postura institucional do clube e que foram vítimas de “exageros da mídia”. No entanto, o clube ainda não emitiu um pronunciamento oficial contra os atos de violência e ainda não se pronunciou sobre a conduta do seu técnico.
Especialistas em direito esportivo apontam que a Conmebol tem amplo poder para aplicar sanções que vão desde multas até a suspensão de partidas em casa. Caso as investigações confirmem a presença de artefatos proibidos e agressões verbais, as consequências podem impactar a classificação do Estudiantes na fase de grupos.
Enquanto isso, a torcida do Flamengo mantém viva a esperança de que a justiça esportiva seja aplicada de forma rápida e eficaz, para evitar que a rivalidade se transforme em um embate ainda mais violento nas próximas rodadas da Libertadores.