Vale Tudo: Fátima planeja fazer Solange perder os bebês, mas desiste na hora H

Vale Tudo: Fátima planeja fazer Solange perder os bebês, mas desiste na hora H
por Kallman Cipriano ago, 20 2025

Um plano cruel que trava na hora decisiva

A nova versão de Vale Tudo empurra Maria de Fátima (Bella Campos) para o limite. Ao descobrir que Solange (Alice Wegmann) está grávida de gêmeos, a vilã desconfia que Afonso (Humberto Carrão) é o pai e deixa o ciúme falar mais alto. A cabeça dela vai direto para a pior ideia: trocar a medicação de Solange para provocar a perda dos bebês. É a tentativa de apagar o que ela enxerga como ameaça ao seu romance e ao futuro que idealizou.

O plano, frio e calculado, inclui um pedido de ajuda a César, o comparsa de ocasião. Fátima quer invadir a casa de Solange e substituir os remédios por algo perigoso. A estratégia parece simples no papel, mas, quando chega a hora de fazer, ela treme. O medo do irreversível pesa. A sangue-frio vira mãos suadas, e Fátima recua. A cena não limpa sua culpa, mas mostra que nem todo impulso vira ato — e que o abismo que ela encara é maior do que gostaria de admitir.

Essa virada acontece enquanto Fátima também está grávida — em tese, de Afonso. A disputa, então, corre em duas frentes: no coração e na maternidade. O enredo usa esse espelho para expor a obsessão da personagem e a guerra silenciosa entre duas mulheres que já vinham se bicando faz tempo. O alvo não é só Solange, é a ideia de perder poder, status e um lugar ao lado de Afonso.

Há um estopim claro para a escalada: Fátima descobre que a história de que Afonso seria estéril não passava de uma mentira de Celina (Malu Galli). Pior, ela chega à verdade de um jeito torto, ao subornar uma funcionária de laboratório. Com a confirmação da fertilidade de Afonso, tudo que era suspeita vira gasolina no fogo. A gravidez de Solange passa a ter um novo peso — e o plano criminoso ganha forma antes de morrer na praia.

Rivalidade reacendida e os próximos passos

Rivalidade reacendida e os próximos passos

O remake resgata uma das disputas mais lembradas da teledramaturgia brasileira. Na versão de 1988, os embates entre Fátima e Solange marcaram época, com direito a briga que entrou para o imaginário do público no casamento de Fátima. Agora, a rivalidade volta com roupagem atual, sem perder o núcleo do conflito: ambição, vida pessoal exposta e ética jogada para escanteio.

No presente, Solange ocupa uma cadeira estratégica como diretora da empresa Tomorrow. Isso aumenta o atrito com Fátima, que enxerga obstáculos por todos os lados — profissionais e afetivos. A gravidez de gêmeos, somada à suspeita de paternidade, vira peça central na guerra. Se o plano da troca de medicação viesse à tona, Fátima entraria numa espiral de consequências — da repulsa de Afonso ao risco de processo criminal. Mesmo sem consumar o ato, a intenção abre feridas que não cicatrizam fácil.

Para o público, essa sequência joga luz em temas pesados sem tirar o pé do melodrama: até onde vai a ambição? O ciúme é capaz de atravessar a linha do crime? E o que resta quando a personagem encara o próprio reflexo nesse limite? A recuada de Fátima não apaga a trama de tensão que a novela prepara para os próximos capítulos — só muda o ângulo do suspense.

Há pontas soltas que tendem a puxar novos conflitos. César, que topou o risco, fica com uma informação que pode virar chantagem amanhã. Celina, autora da mentira sobre a esterilidade, precisa lidar com o efeito dominó do que plantou. E Afonso, emparedado pelo passado e pelo presente, é o fiel da balança: a reação dele quando juntar as peças muda o tabuleiro inteiro.

Os roteiristas também trabalham com um detalhe que pesa no ritmo: as duas gestações ao mesmo tempo. Dramaturgicamente, isso cria tensão contínua. Qual gravidez anda bem? Quem protege quem? Quem cai na tentação de um novo golpe? A novela sabe que o público acompanha a maturidade dos personagens tanto quanto as viradas, e usa esse paralelo para testar caráter, limites e alianças.

  • Paternidade em foco: um teste pode definir destinos e redesenhar relações.
  • César como risco: cúmplice sabe demais e pode virar inimigo a qualquer momento.
  • Celina sob pressão: a mentira sobre Afonso não deve ficar escondida por muito tempo.
  • Tomorrow no olho do furacão: disputa de poder na empresa se mistura com a vida pessoal.

Com Bella Campos e Alice Wegmann em embate direto e Humberto Carrão no centro da disputa, a novela aposta em tensão psicológica mais do que em golpes espetaculares. O quase-crime de Fátima, abortado por medo ou resquício de consciência, não fecha a porta — só deixa claro que ela está disposta a ir longe. O público acompanha, com o coração na garganta, a pergunta que fica no ar: quando o desejo de vencer atropela tudo, qual é o próximo passo?