Mas a história não acabou no octógono. O presidente da UFC, Dana White, que na semana anterior havia dito "não existe chance" de organizar um confronto entre Jones e Pereira, mudou de opinião logo depois da vitória avassaladora. "Agora vejo que há uma demanda real dos fãs e dos atletas", afirmou o executivo em entrevista ao post‑fight.
Contexto: como a rivalidade começou
A ideia de um super‑match entre os dois campeões nasceu nas redes sociais ainda em 2022, quando Pereira começou a colecionar vitórias no peso‑meio‑pesado. Desde então, a mídia tem alimentado a expectativa, mas as negociações sempre esbarraram em questões de peso, calendário e, principalmente, a postura firme de White contra confrontos inter‑divisões que pudessem prejudicar a hierarquia das categorias.
Jon Jones, por sua vez, nunca foi de quem aceita ordens sem questionar. Em 2023, antes de subir ao peso‑pesado, o americano já havia deixado claro que queria enfrentar homens de alto nível – "não quero lutas de ‘facilidade’", disse em entrevista para a ESPN.
Detalhes da vitória no UFC 309
O combate contra Miocic foi marcado por trocas técnicas, mas foi o terceiro round que definiu tudo. Uma combinação de clinch e contra‑ataque culminou no chute giratório que acabou com a resistência do ex‑campeão. O placar dos juízes, antes de o nocaute ser declarado, já mostrava Jones liderando em quase todos os critérios.
- Tempo de luta: 7 minutos e 12 segundos
- Precisão de golpes de Jones: 48%
- Taxa de nocaute de Jones (até agora): 37%
- Taxa de nocaute de Pereira: 83%
Esses números geram uma curiosidade interessante: enquanto Jones se destaca pelo wrestling e controle de posição, Pereira é praticamente um “caçador” de nocautes, fruto de sua longa carreira no kickboxing.
Reação de Jon Jones: a preferência por Pereira
Ao sair do octógono, Jones não hesitou: "Não estou preocupado com Tom Aspinall, mas estou realmente preocupado com Pereira – é isso que eu quero fazer". O americano chegou a dizer que se fosse preciso, "vendeu o cinturão de peso‑pesado" para garantir a luta, indicando até um possível "retirement" do título caso o combate fosse aprovado.
A escolha de Pereira sobre Aspinall tem mais de uma camada: o britânico Tom Aspinall acabou de ganhar o cinturão interino e tem um estilo técnico, mas nada que intimide o estrondo que Pereira traz do kickboxing.
Visão de Alex Pereira: o sonho da terceira faixa
O brasileiro, que já fez história ao conquistar simultaneamente os cinturões dos dois pesos mais populares da UFC, não esconde a ambição. "Quero um título indiscutível, não interino", declarou Pereira em entrevista ao Globo Esporte. Ele ainda revelou que, apesar de duas fraturas nos dedos do pé, está mirando um retorno antes de acabar 2024, possivelmente em dezembro.
Com 37 anos, Pereira tem o registro de 7 vitórias em 8 lutas no peso‑meio‑pesado, mantendo a impressionante taxa de 83% de nocautes. Seu próximo passo seria subir ao peso‑pesado para, quem sabe, disputar um terceiro cinturão – algo nunca visto na história da UFC.
Respostas da UFC e de Dana White
Depois da declaração de Jones, White devolveu a palavra ao comitê de matchmaking. "O que eles pedem é um grande atrativo para a marca e, se os dois estiverem de acordo, não vemos impedimento", disse. No entanto, o presidente deixou claro que o calendário 2024 está apertado, com lutas marcadas para outubro e dezembro já definidas para outros campeões.
Além disso, a própria estrutura do Octógono precisa ser ajustada para acomodar dois atletas que pesam mais de 110 kg, o que implica em questões de segurança e logística.
Impacto potencial e por que o mundo do MMA está atento
Um duelo entre Jones e Pereira seria mais que um simples confronto; seria a colisão de dois estilos opostos – wrestling contra striking – e a disputa entre duas gerações de lendas. Para os críticos, esse tipo de super‑luta pode redefinir a hierarquia das divisões, abrir precedentes para futuros cross‑weight fights e, claro, gerar receitas multimilionárias.
Especialistas apontam que, se o combate acontecer, ele deve acontecer ainda em 2025, pois ambos os atletas precisam concluir compromissos atuais e superar lesões pendentes. O mais provável seria um evento Pay‑Per‑View em São Paulo ou Las Vegas – locais que costumam atrair grandes públicos para lutas históricas.
O que vem a seguir? Próximos passos
Para agora, Jones seguirá treinando para um possível encontro com Aspinall, enquanto Pereira finaliza sua recuperação. As duas equipes já trocaram notas técnicas – os treinadores de Jones enfatizam a importância de manter a pressão de chão, já os de Pereira focam em melhorar a defesa de clinch contra o wrestling do americano.
Se tudo correr como os fãs esperam, o próximo anúncio oficial da UFC deverá chegar nas próximas semanas, possivelmente durante a conferência de imprensa do próximo grande evento.
Antecedentes históricos: lutas inter‑peso na UFC
Embora raro, já houve confrontos entre pesos diferentes: o clássico confronto entre Conor McGregor e Nate Diaz no peso‑leve, e a disputa do velho BJ Penn contra o peso‑leve. Nenhum desses gerou um título cruzado, mas mostraram que o público adora desafios de tamanho.
A luta entre Jones e Pereira poderia mudar essa narrativa e estabelecer um novo padrão – um verdadeiro "clash of titans" que pode inspirar futuros confrontos como Israel Adesanya contra um pesado ou um duelo entre Kamaru Usman e um lutador da divisão de meio‑pesado.
Perguntas Frequentes
Como a vitória de Jon Jones influencia a negociação com Alex Pereira?
A forma como Jones nocauteou Miocic demonstra que ele está em plena forma, o que aumenta sua confiança para exigir um duelo com Pereira. Essa demonstração de poder reforça seu argumento de que merece escolher o próximo adversário, pressionando a UFC a considerar seriamente o combate.
Quais são os principais riscos de um confronto entre duas categorias de peso?
Diferenças de tamanho podem comprometer a segurança, sobretudo em quedas e clinches. Além disso, há questões contratuais, como cláusulas de pagamento e garantias de título, que precisam ser alinhadas entre as duas divisões.
Qual o impacto econômico de um super‑event como este?
Um combate entre dois campeões costuma gerar recordes de pay‑per‑view, vendas de ingressos e merchandising. A UFC estima que um evento desse porte possa superar US$ 50 milhões em receita global, atraindo patrocinadores e mídia internacional.
Quando é provável que a luta aconteça?
Considerando os compromissos atuais e a necessidade de recuperação de Pereira, o mais provável é que a luta seja marcada para o segundo semestre de 2025, possivelmente em um grande evento PPV nos EUA ou no Brasil.
O que os fãs podem esperar em termos de estilo de luta?
Jones levará seu wrestling dominante e alcance, tentando controlar a luta no chão. Pereira, por outro lado, tentará manter a distância, usando chutes e socos precisos para capitalizar sua alta taxa de nocautes. O embate promete ser um clássico "striker vs. wrestler".
Jéssica Soares
outubro 6, 2025 AT 04:34Olha, o negócio tá mais sujo que o vestiário depois de treino. A UFC tá vendendo mais que pão quente na padaria e não tem nada a ver com a honra do esporte. Vocês acham que o Jones tá pedindo amizade, mas ele só tá buscando grana extra. Enquanto isso, o Pereira ainda tem aquele sorriso de quem já ganhou tudo. Se a gente não parar de gente, vamos acabar com as regras!