
Pânico em escola do interior gaúcho
A manhã de 9 de julho de 2025 não será esquecida tão cedo pelos moradores de Estação, uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. Um adolescente de apenas 16 anos conseguiu entrar tranquilamente na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Nascimento Giacomazzi afirmando que entregaria um currículo. Ali, armado com uma faca, ele atacou três pessoas: um menino de 9 anos, que morreu ainda no local; uma menina de 8, e uma professora de 34 anos, que sobreviveram ao ataque e permanecem internadas, estáveis, segundo informações do hospital regional.
O ataque chocou a comunidade, que se acostumava a um clima pacato e acolhedor. O autor da agressão, cujas iniciais e detalhes pessoais a polícia ainda não revelou, era acompanhado por profissionais de saúde mental e a equipe escolar sabia de seu histórico. Mesmo assim, ninguém poderia prever o desfecho trágico daquela manhã.
Impacto imediato e resposta das autoridades
Logo após a tragédia, o prefeito Geverson Zimmermann suspendeu as aulas na cidade e recomendou a medida para outros municípios da região. A praça ficou vazia, um silêncio desconfortável tomou conta da Escola Maria Nascimento Giacomazzi e uma onda de preocupação cresceu entre pais, alunos e professores.
O governador Eduardo Leite reforçou que medidas de segurança escolar serão ampliadas, embora ressaltou que a escola já contava com reforço em portões, cercas e monitoramento. Mesmo com protocolos de segurança, o agressor conseguiu burlar as barreiras, acendendo o alerta sobre a efetividade dessas estratégias diante de situações imprevisíveis e motivadas por fatores internos, como saúde mental e condições emocionais.
- O suspeito estava em tratamento psicológico regular.
- Ele era conhecido de parte da equipe escolar.
- O crime não teve motivação divulgada e o jovem não tinha antecedentes criminais.
Segundo relatos de servidores, a intenção inicial do adolescente parecia inofensiva – entregar um currículo. Em poucos minutos, tudo se transformou em pânico, correria e desespero nas salas de aula. A rapidez do ataque e o uso de uma faca surpreenderam todos que estavam presentes.
Violência nas escolas brasileiras: tendência preocupante
Essa não foi a primeira vez que cenas de terror invadiram escolas no Brasil. Em 2023, uma creche em Blumenau (SC) foi palco de um ataque brutal com machado, que deixou quatro crianças mortas. Em 2011, o massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, vitimou doze crianças. Essas tragédias abalaram o país e levantaram debates intensos sobre bullying, saúde mental, influência dos jogos e conteúdos violentos, além da responsabilidade compartilhada entre famílias, escola e poder público.
Em Estação, as escolas já haviam reforçado a estrutura física com cercas, portões travados e a presença de pessoal de vigilância. Nada disso foi suficiente dessa vez. Agora, pais e professores cobram não só barreiras físicas, mas também políticas públicas de apoio psicológico – tanto para identificar possíveis riscos quanto para acolher estudantes em sofrimento emocional.
Cada novo ataque reforça a urgência desse debate. É difícil para uma cidade pequena entender o que se passou, mas fica claro que as soluções precisam ir além da segurança externa. A luta é para que nenhuma mãe ou pai viva novamente a dor insuportável que a comunidade sentiu nesse trágico 9 de julho.